sábado, agosto 6

Mãe

Bela tarde de sábado vagando nas redes dessa teia chamada internet encontrei esse poema que fala do filho com a mãe. Achei lindo e resolvi compartilhar com vocês. Espero que gostem.
Beijinhos!!!

“Mãe, eu volto a ver-te na antiga sala
onde uma noite te deixei sem fala,
dizendo adeus como quem vai morrer.
E me viste sumir pela neblina
Por que, das mães, é esta a sina:
Amar, cuidar, criar, depois perder.

Perder o filho é como achar a morte
Perder o filho quando grande e forte
Quando já podia ampará-la e
compensá-la.
Mas nesse instante uma mulher bonita
Sorrindo o rouba... e a velha mãe aflita
Ainda se volta para abençoá-lo.

Assim parti e tu me abençoaste;
fui esquecer o bem que me ensinaste
fui para o mundo me deseducar.
E tu ficaste num silêncio frio,
olhando o leito que eu deixei vazio,
cantando uma cantiga de ninar.

Hoje volto coberto de poeira
e te encontro quietinha na cadeira
a cabeça pendida junto ao peito.
Quero beijar-te a fronte... e não me atrevo,
Quero acordar-te, não sei se devo
Não sinto que me cabe este direito.

Eu te esqueci. As mães são esquecidas
vivi a vida. Vivi muitas vidas,
e só agora quando chego ao fim,
traído pela última esperança
só agora, quando a dor me alcança,
lembro de quem nunca se esqueceu de
mim!

Não, eu devo voltar, ser esquecido,
mas... que foi! De repente ouço um
ruído
a cadeira ringe! É tarde agora
minha mãe se levanta abrindo os
braços
rendendo graças diz: Meu filho e
chora!
E chora! E treme! Como fala e ri...
E parece que Deus entrou aqui
em vez do último dos condenados.

E o seu pranto rolando em minha
face,
quase é, como se o céu me perdoasse,
e me limpasse de todos os pecados!
Mãe, nos teus braços eu me
transfiguro
lembro que fui criança, que fui puro.

Sim! Tenho mãe! E esta ventura é
tanta
que eu compreendo o que significa:
o filho é homem, mas a mãe é santa
o filho é pobre, mas a mãe é rica.

Santa que eu fiz envelhecer sofrendo
mas que beija como agradecendo
toda a dor que por mim te foi
causada.
Dos mundos onde andei nada te
trouxe
mas tu me olhas num olhar tão doce,
que nada tendo não te falta nada!

Dia das Mães! É o dia da bondade,
Maior que todo o mal da humanidade
Purificado num amor fecundo!
Por mais que o homem seja um ser
mesquinho,
enquanto a mãe cantar junto a um
bercinho.
Cantará a esperança para o mundo”.

(J. T. Behrens)

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