Frustração???

Desde sempre temi a danada da cesarea, pois aos meus 19 anos fiz uma ooforoplastia por vídeo e sofri muito com a cirurgia.

Quando decidi ter filhos a minha primeira reação foi pensar a respeito de como meu bebê sairia da minha barriga. Não por medo do parto, mas por medo de ser cesarea. Quando descobri a gravidez estava de 6 semanas e quando fui a consulta com meu obstetra já falei logo que iria tentar o parto normal até o fim.

Hoje em dia é muito comum as pessoas já se programarem e marcarem o parto como se fosse uma viagem com data de ida e volta. Acredito que a natureza é perfeita e nós mulheres fomos projetadas para dar a luz.

Durante a minha gestação li tudo e mais um pouco sobre os tipos de parto: parto cesárea, parto normal, sem dor, na água, entre outros. Fui firme na minha escolha parto normal e ponto final.

Comecei a fazer ioga com 12 semanas e fui até a 39ª semana fazendo exercícios para auxiliar na preparação para o parto. Meditações, mantras, cromoterapia, exercícios respiratórios, tudo que minha superprofessora me ensinava. Tive uma gestação muito tranquila, trabalhei até o último dia sem problemas.

A cada ultrassom o nenê estava virando para encaixar. Com 38 semanas tive algumas contrações e na consulta o médico disse que ela havia encaixado. Fiquei feliz. Com 39 semanas fui ao gineco e ele disse que ainda não tinha nenhum sinal de dilatação e que meu colo do útero estava alto.

Ainda tinha esperança que seria normal. Pediu que esperasse até a semana seguinte. Enfim chega as 40 semanas e eu sem nenhum sinal de NADA. Fui ao médico acompanhada do meu marido. O médico me examina e diz que ainda não tinha nenhum sinal. Em poucos segundos fiquei pensando no tempo gestacional e nos riscos que talvez nós (Eu e o bebê) corríamos se eu decidisse esperar mais uma semana.

Enquanto meus neurônios fritavam em minha cabeça o médico conversava com meu marido dizendo que seria pouquíssimo provável eu entrar em trabalho de parto pelas próximas semanas analisando meu quadro e que ele achava melhor fazer a cesarea naquela noite ou no dia seguinte. Meu castelinho caiu...
(Antes de finalizar a história quero deixar bem claro que nunca quis colocar em risco nem a vida da minha filha nem a minha, mas a minha vontade de ter parto normal era porque achava muito mais saudável para o bebê e para a mãe. Nunca descartei totalmente a possibilidade de uma cesarea porque não advinhamos o futuro, então já havia conversado com meu marido a respeito disso e ele disse que estaria comigo independente de qual fosse o parto.)

Enquanto me trocava tive que acreditar que não teria as temidas, mas desejáveis dores do parto e que teria que ser cesarea.

Em poucos centésimos de segundos meu castelinho foi construído de novo porque na verdade não importava como seria, mas sim que havia chegado o grande DIA. O dia de conhecer a minha princesa, de ver o seu rosto e sentir o seu cheiro, sentir o seu toque na minha pele, da mesma forma que sentia dentro da minha barriga... Mas isso é assunto pra outro post...

Hoje, passado quase 10 meses, eu me pergunto: "Fiquei frustrada por não conseguir ter parto normal? E já tenho a resposta de prontidão: "NÃO". Foi maravilhoso ser mãe e a minha boneca veio com saúde. Isso é o que importa.

E vocês temiam a cesárea ou o parto normal???

Beijinhos
Carol